Mogi
das Cruzes, SP
HISTÓRICO
Com o movimento das entradas e bandeiras
chegaram os primeiros povoadores nas terras que formariam, mais tarde, o
município de Mogi das Cruzes. Em 1561, Brás Cubas, após ter recebido uma
sesmaria que começava ao pé da Serra do Mar e se estendia até Mboygi, fundou a
fazenda Pequeri em um local provavelmente próximo da região onde, em 8 de agosto
de 1611, sob aprovação do então governador D. Diniz de Souza, seria criada a
Vila de Sant’Anna das Cruzes de Mogy-Mirim, por Gaspar Coqueiro, capitão-mor da
capitania de São Vicente.
Localizada entre São Paulo e Rio de
Janeiro, a vila costumava ser ponto de passagem obrigatória daqueles que se
dirigiam para uma dessas capitanias. Caracterizou-se, também, como ponto de
parada de bandeirantes e desempenhou importante papel na colonização do Estado
de São Paulo.
No período do Império, compreendia as
paróquias de Santa Ana de Mogi das Cruzes, Nossa Senhora da Ajuda de
Itaquaquecetuba, Senhor do Bom Jesus do Arujá e Nossa Senhora da Escada, que
correspondem, atualmente, aos municípios de Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos,
Itaquaquecetuba, Guararema e Arujá. Em 13 de março de 1855, recebeu foros de
cidade e sua atual denominação.
Marcada por um desenvolvimento rápido,
Mogi das Cruzes expandiu-se primeiramente com a lavoura do café e, depois, sob a
influência da imigração japonesa, com as culturas de chá, frutas e hortaliças.
Distante
63 km de São Paulo, a cidade de Mogi das Cruzes conta com uma população de 330
mil habitentes distribuídos numa área de 721 km². Mogi é parte integrante da
região do Cone Leste Paulista - também conhecida como Alto Tietê. Além de ser
uma cidade universitária devido a quantia de faculdades e universidades que
possui - recebendo assim pessoas do Brasil inteiro, a cidade é uma das
principais vias de acesso para o litoral norte do Estado e única na região com
sua infra-estrutura.
Banhada
pelos rios Tietê, Jundiaí, Biriba e Rio Claro, a cidade fica no compartimento
hidrográfico do Alto Tietê-Cabeceiras, aproximadamente a 50 quilômetros da
nascente do Rio Tietê no município paulista de Salesópolis, vertente da Serra
do Mar. O divisor de águas é a Serra do Itapeti que abriga afluentes das
Bacias do Paraíba do Sul e do Rio Tietê. A cidade também é cortada pelo
compartimento hidrográfico pertencente à Bacia do Itapanhaú. Considerada o
mais importante eixo de drenagem do Estado e do município, a Bacia do Tietê
representa 70% da drenagem na Região Metropolitana da Grande São Paulo, por
onde passa, rumo ao Interior.
Mogi
das Cruzes possui cerca de 65,55% do território situado em áreas de
preservação ambiental, abrigando espécies raras da flora e da fauna, muitas
delas em extinção no planeta, como o sagüi-da-serra-escuro. O município ainda
está inserido na segunda maior reserva de Mata Atlântica do Estado de São
Paulo, formado por fragmentos considerados ilhas florestais e distribuídos por
todo o município. Esses remanescentes florestais guardam uma biodiversidade
ainda não totalmente conhecida. Rios, cachoeiras e lagoas naturais compõem,
com a fauna e a flora, o espetáculo da natureza, contemplado e estudado por
grupos de turistas e pesquisadores que percorrem trilhas sob a orientação e
coordenação de ambientalistas.
Mogi das Cruzes caracteriza-se por uma das maiores concentrações de imigrantes
e descendentes de japoneses do Estado e, também, pela maior produção de
hortifrutigranjeiros de São Paulo.
Origens
Há muitas histórias em torno da fundação e do próprio fundador de Mogi das
Cruzes. No entanto, a mais difundida delas é a de que Brás Cubas montou sua
fazenda às margens do Rio Anhembi - atual Rio Tietê - em terras doadas. Esta
seria a verdadeira semente mogiana. No entanto, Gaspar Dutra abriu a estrada
entre São Paulo e Mogi das Cruzes, ato que resultou nas origens do povoado
que, em 1611, foi reconhecido como Vila de Sant'Anna de Mogi Mirim.
O
nome Mogi das Cruzes surgiu a partir da palavra indígena M'Boygi que significa
"rio das cobras" em referência ao Rio Tietê. Com o passar dos anos, alterou-se
primeiro para Boygi e finalmente a Mogi e o termo 'das Cruzes' foi incorporado
devido à tradição de marcar limites e territórios urbanos e rurais com cruzes.
Atrações de Mogi das Cruzes
Patrimônio Histórico
Convento do Carmo
Tombada pelo Patrimônio Histórico, a construção barroca é datada de 3 de março
de 1629. As terras foram doadas por José Preto e sua esposa, filha de Gaspar
Vaz, pelo então vigário de Mogi, Padre Gaspar Sanches e pela Câmara. As doações
datam de 1627 e 1628 sendo as terras chamadas de Nossa Senhora do Carmo. O
local, juntamente com a Igreja do Carmo, é parte integrante do principal
complexo histórico de Mogi das Cruzes.
Igreja do Carmo
Ordem 1º e 3º do Carmo. A mais nova delas é a da Ordem 3º. Dizem ter sido
erguida sobre um jazido, vinte anos antes do século que nos deve a
Independência.
A
igreja maior, da Ordem 1º, segundo Frei Thimóteo Van Den Broek, data do século
XVII.
Igreja Matriz Catedral Sant'Anna
Construída pelos escravos. Era feita de taipa de pilão. Há referências de que já
em 1580, funcionava como igreja. Em 1952 começou a cair. A nova igreja foi
iniciada no dia 25 de julho de 1952.
Igreja de São Benedito
Construída com cerâmica portuguesa e paralelepípedos na calçada, a construção,
cuja data da fundação é incerta - entre os anos de 1747 e 1869 - já possuiu
outro nome.
O
nome de São Benedito foi dado em 1879 com a introdução da imagem de São Benedito
pois antes era chamada Igreja do Bom Jesus do Matozinho.
Pontos Turísticos
Serra do Itapeti
Reserva ecológica com Mata Atlântica nativa. Na Serra do Itapeti encontra-se a
Cruz do Século (altitude 1100m).
Parque Municipal Francisco Afonso de Mello
Objetiva o desenvolvimento de programas de pesquisa, ensino e treinamento em
manejo de Florestas Tropicais e trilhas pela mata. Sua área é de 3,5 milhões de
metros quadrados está localizada na Serra do Itapeti.
Gruta Santa Terezinha
Tem 870m de altitude, localiza-se na Serra do Itapeti.
Pico do Urubu
Ponto
mais alto da cidade com magnífica visão das cidades do Alto-Tietê, do Vale do
Paraíba, de São Paulo (em dias de céu limpo, é possível avistar o aeroporto
Internacional de Guarulhos e até o Pico do Jaraguá) e da Serra do Mar. Lá é
praticado vôos de Asa Delta e Paraglider por residentes e turistas. Encontra-se
também na Serra do Itapeti, Estrada Cruz do Século, km14.
Vale do Tapanhaú
Formada pela passagem do rio do mesmo nome, localiza-se na Serra do Mar, Estrada
da capela do Ribeirão.
Casarão do Chá
Datado de 1942, o casarão destaca-se como uma construção tipicamente japonesa:
toda em madeira com paredes em taipa de bambu e sem pregos. Fica na Estrada
Secundária, km3, no Bairro Cocuera.
Museu Histórico e Pedagógico Visconde de Mauá
O antigo Museu Mogiano, datado de 1930, atualmente abriga os museus de Arte
Sacra e Visconde de Mauá. Localiza-se no centro, à Av. Vereador Narciso Yague
Guimarães, 277.
Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno
A construção em estilo colonial é datada de 1902 e tem capacidade para receber
304 pessoas. R. Dr. Correa, 515, centro.
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